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Breve História:
A CIA. PAULISTA DE ESTRADAS DE FERRO, também conhecida como “PAULISTA”, foi fundada no ano de 1868 pelos “Barões do café”, na região de Campinas.
Inicialmente, com um trecho ligando a cidade de Jundiaí à Campinas, visava escoar a produção de café,( que era produzido pelos próprios acionistas da Cia), do interior paulista, até o porto de santos.
A “Paulista” foi uma empresa que sempre “pensou grande”. Ao longo de sua existência, expandiu-se para várias regiões do estado e adquiriu outras companhias. Fundou a chamada “escola de aprendizes” que tinha por objetivo, formar mão-de-obra qualificada, além de, com isso, constituir a “família ferroviária”. (pessoas que se identificassem com os objetivos e métodos da ferrovia).
Foi ela, a pioneira em eletrificação da malha ferroviária no Brasil com o trecho inaugurado em 1922, ligando Jundiaí à Campinas.
Muito conhecida pelos padrões luxuosos de seus trens de passageiros, começou em 1928, a usar carros carros feitos em “aço-carbono” produzidos pela ACF – American Car & Foundry americana, além de fazer seus próprios carros (clones do PULLMAN) nas oficinas de Rio Claro.
A Cia Paulista viria, em 1946, à adquirir um lote de locomotivas que acabaram por se tornar um ícone da ferrovia no Brasil, as chamadas “V-8”, Locomotivas elétricas da General Eletric americana, que eram extremamente modernas para a época, e que tinham condições para tracionar um trem, à grandes velocidades.
O “começo do fim”, assim como de outras empresas ferroviárias, teve início no governo Juscelino Kubistshek.
Com a chamada “revolução industrial”, a decadência no setor ferroviário, foi se agravando a cada ano. Sem investimentos e sem apoio do governo, que então havia adotado o modal rodoviário para o país, a empresa começou a declinar.
Em 1961,com o fim da concessão, foi “estatizada” pelo governo Carvalho Pinto, encerrando assim, 93 anos de existência, que levaram o progresso ao interior do estado de São Paulo.
Ao longo desses 93 anos, a “Paulista” revolucionou o sistema ferroviário no Brasil, Várias cidades, nasceram, literalmente, das pranchetas de seus engenheiros.
Quando, em 1971, foi “fundida” à FEPASA (assim como todas as outras do estado), o nome da “PAULISTA” deixaria de ser usado. Começaria ali, um processo de esquecimento total, por todos os governantes do estado, até o ano de 1997, quando então, o Sr. Mário Covas (governador do estado pelo PSDB), visando “amortizar” o “rombo” do Banespa, fez a “generosa doação” de todo o patrimônio ferroviário do estado de São Paulo, para o seu amigo Fernando Henrique Cardoso, então presidente do Brasil.
Os moldes da privatização, até hoje são um mistério. Como tudo no Brasil, o contrato beneficiou os interesses dos grandes empresários, e o povo, mais uma vez, foi deixado de lado.
Vale lembrar, que, em minha modesta opinião, a privatização sempre foi necessária, afinal, estatal no Brasil, sempre serviu de cabide de emprego aos “sanguessugas”, “testas-de-ferro” da corrupção. O que nunca me entrou na cabeça, é o porquê o contrato não exigia das concessionárias, a modernização do sistema ferroviário de passageiros, que, nos anos seguintes, viriam a ser “Sucateados” e “maçaricados”, chegando ao absurdo, de serem vendidos (milhares de material rodantes, carros, vagões, locomotivas, etc...) a preço de ferro-velho.
Esse foi o método que dizimou as nossas ferrovias, e em particular, o sistema de transporte ferroviário de passageiros. Nos dias de hoje, quem precisar viajar de São Paulo a qualquer cidade do interior paulista, é obrigado a pagar caríssimos pedágios nas estradas (que também foram privatizadas). Não se pode mais contar com uma viagem boa e barata,que os trens ofereciam.
Esse foi o método encontrado pelo PSDB, para enriquecer os tubarões do transporte, e deixar-nos cada vez mais, “à ver navios”. É a prova do “respeito e Seriedade” do governos deles.
Como não poderia deixar de ser, as imagens que você verá nas próximas páginas, na sua maioria esmagadora, são lamentáveis cenas de abandono e destruição, em que se encontram o que sobrou de uma época de ouro. Centenas de prédios centenários, largados ao “DEUS DARÁ”.
O que vai sobrar pra contar história, só o tempo dirá.
Darlei Teixeira.